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quarta-feira, 3 de abril de 2013

Exu é o diabo e pombagira é prostituta?

        A ideologia que os rege é salvacionista e punitiva, sacrificial, baseadas no Velho Testamento. Encontram nos cultos afro-brasileiros e nas "umbandas" e "candomblés" das práticas mágicas populares os inimigos diabólicos para atacarem com o objetivo de "roubar" deles os frequentadores. Na verdade, oferecem, em essência, os mesmos serviços espirituais, só que numa forma ritual diferente e reversa, pois são símiles ao que atacam, tendo em seus cultos transes de possessão, sessões de descarrego, banhos de sal grosso e arruda, sacudimentos desobsessivos, fogueira da rosa ungida, unção na cabeça com o óleo das oliveiras pelos pastores, etc...  Intensificou-se radicalmente o modelo de religião que se sustenta na experiência do transe de possessão, vivida no próprio corpo dos prosélitos, característica que até então era da umbanda, dos cultos afro-brasileiros e do espiritismo kardecista. 

       Uma característica marcante dos pentecostais, até o surgimento do novo movimento, era tratar as religiões me­diúnicas como folclore, crendice, imaginação ou ignorância. Ao inovarem e reconhecerem a existência das divindades dos cultos afro-brasileiros, dos guias da umbanda e dos mentores espíritas, enquanto entidades desencarnadas, os neo-pentecostais deram veracidade à mediunidade que, até então, negavam, classi­ficando o mediunismo numa generalização às avessas (todo o Universo se compõe de "espíritos demoníacos" e o único espírito bom é o"santo"que se manifesta nos cultos de suas igrejas). Daí para justifi­carem a verdade de que os espíritos existem e influenciam a vida das pessoas, precisam constantemente exorcizar essas manifes­tações. 

      É como um cidadão que construiu o cercado avançando no lado do vizinho para que a laranjeira deixasse cair as laranjas do seu lado.

Fonte texto: Ramatís - livro Mediunidade e Sacerdócio.

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