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quinta-feira, 13 de setembro de 2018

Desmistificando Exu...




Na criação do Universo, o primeiro impulso volitivo ­divino foi “desdobrar” uma parte de Si, um atributo peculiar: o poder organizador do caos e vacuidade que presidiria tudo e antecederia a criação e as “coisas” a serem criadas. Este “elemento” primordial, imanente e partícipe de tudo que existe é Exu. É o que os iorubanos chamam de a primeira estrela criada (ÌRÀWÒ-ÀKÓDÁ). Exu traz consigo a neutralidade e a partir dele todos os demais atributos divinos, os Orixás, puderam “soltar-se” do Criador e mergulharam no “corpo de Deus”, um oceano cósmico de fluido vital – prana ou axé –, imergindo nas dimensões vibratórias criadas, num rebaixamento energético e de frequência. Assim, vieram até o mundo manifestado terreno, que esotericamente entendemos como forças da natureza.

Neste sentido, Exu é o dono dos caminhos na mais profunda significação e significados, pois ele é o grande movimento cósmico (mensageiro, mediador e comunicador), permitindo, em conformidade com a volição do Criador, a existência da vida em todas as latitudes universais. No processo criativo divino, contínuo e ininterrupto, espíritos são criados e “jogados” para fora do útero genitor – Deus é pai e mãe –, e Exu impulsiona essas mônadas primevas (centelhas) a mergulharem no oceano da existência que lhes dará, gradativamente, as formas adequadas para que possam existir nas diversas profundidades ou dimensões. São-lhes ofertados corpos espirituais propícios ao meio que habitarão. O próprio Deus lhes presenteia.

Exu, esse desconhecido na Umbanda, é o guardião de todas as encruzilhadas vibratórias, passagens e pontos de encontro que se cruzam, tangenciam e são subjacentes entre si, compondo as diversas faixas de frequência que pairam no universo criado.

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