Os vampiros alcoólatras procuram
intensificar as irritações, desforras e frustrações ou ciumeiras entre as
criaturas emotivamente descontroladas, mas afins à bebida. Elas, então. se
mostram prováveis candidatos à ignóbil função de "caneco vivo",
depois de devidamente domesticadas pela ação mediúnica dos obsessores. São
preferidas as que se irritam facilmente por qualquer contrariedade ou
frustração, e depois procuram afogar suas mágoas e ressentimentos na bebida.
Trata-se de criaturas demasiadamente suscetíveis no amor-próprio e débeis de
vontade, que se desmandam facilmente nas suas emoções intempestivas. Elas
caminham ao encontro dos alcoólatras desencarnados por sendas ignoradas,
desatentas à sua viciação gradativa e dirigidas por vontade oculta!
Os vampiros alcoólatras aliciam
críticas, censuras, desentendimentos e humilhações entre os seus prováveis
candidatos, quer nos locais de empregos, veículos de transportes, nas
competições esportivas, casas de diversões e nos próprios lares invigilantes, cuja
família rompe a cortina de fluidos protetores. Associam as coincidências mais
perturbadoras nos momentos de descuido e aceleram a desarmonia íntima, tudo
fazendo para intuir o desafogo na bebida. E não lhes é difícil atuar nos lares
perturbados, pois é evidente que ali se chocam velhos adversários do passado,
ainda rancorosos, irritados, impacientes e odiosos, cujo insulto é visível ao
motivo mais frívolo! Daí, o perigo das mesas fartas de álcool nos lares
desorganizados, cuja família vive espiritualmente distante entre si. Aqui, é o
moço exigente, que transforma o custoso automóvel do progenitor num traço de
união entre o prostíbulo e o lar; ali, a moça casadoira, caprichosa e
agressiva, insulta os progenitores, frustrada e amargurada no noivado; ali, os
irmãos atracam-se em luta, o caçula exigente semeia irritação e a esposa
volúvel só pensa na "toilette" luxuosa e nos penduricalhos modernos.
Todos, pouco a pouco, alimentam o clima enfermiço fluídico, que serve para
facilitar a ação obsessiva dos vampiros à cata de "canecos vivos"
para o vício do álcool.
Invigilante e sob a ação mefistofélica
do Além-Túmulo, o chefe de casa abandona a praça de guerra do lar subversivo,
encaminha-se para o bar modesto ou boate luxuosa e ali desforra-se treinando
para a função prosaica e detestável de futuro alambique a outros: viciados sem
corpo. Incansáveis na sua empreitada diabólica, os vampiros promovem encontros
acidentais entre as criaturas desiludidas da vida e da família, as quais trocam
lamúrias e queixumes, num estímulo recíproco, para a desforra na embriaguez!
Magoadas e irritadas, elas mal sabem que são alunos do curso mórbido de
"canecos vivos"!