Compreende-se, então, o motivo por
que o desenvolvimento disciplinado mediúnico e o serviço caritativo ao próximo,
pela doação constante de fluidos do perispírito, proporciona certo alívio
psíquico ao médium e o harmoniza com o meio onde habita. Algo semelhante a um
acumulador vivo, ele sobrecarrega-se de energias do mundo oculto e depois
necessita descarregá-las num labor metódico e ativo, que o ajude a manter sua
estabilidade psicofísica. A descarga da energia excessiva e acumulada pela
estagnação do trabalho mediúnico, fluindo para outro pólo, não só melhora a
receptividade psíquica como ainda eleva a graduação vibratória do ser.
O fluido magnético acumulado pela
inatividade no serviço mediúnico transforma-se em tóxico pesando na vestimenta
perispiritual e causando a desarmonia no metabolismo neuro-orgânico. O sistema
nervoso, como principal agente ou elo de conexão da fenomenologia mediúnica
para o mundo físico, superexcita-se pela contínua interferência do perispírito
hipersensibilizado pelos técnicos do Espaço, e deixa o médium tenso e aguçado
na recepção dos mínimos fenômenos da vida oculta. Deste modo, o trabalho, ou
intercâmbio mediúnico, significa para o médium o recurso que o ajuda a manter
sua harmonia psicofísica pela renovação constante do magnetismo do perispírito,
à semelhança do que acontece com a água estagnada da cisterna, que se torna
mais potável quanto mais a renovam pelo uso. Na doação benfeitora de fluidos ao
próximo, o médium se afina e sensibiliza para se tornar a estação receptora de
energias de melhor qualidade em descenso do plano Superior Espiritual.
Ramatís - do livro MEDIUNIDADE DE CURA