PERGUNTA: - Porventura os próprios espíritos
terapeutas também não podem errar nos seus diagnósticos, induzindo os médiuns a
formularem receitas - consultas - equívocas?
RAMATÍS: - Isso é possível, porque em nosso
atual estado evolutivo ainda enfrentamos inúmeras incógnitas e dificuldades
imprevistas. Durante o nosso intercâmbio com a Terra, não atuamos de um plano
sideral tão elevado, que nos permita visualizar panoramicamente o serviço
mediúnico de socorro aos encarnados, pois o magnetismo da crosta terráquea
envolve-nos de modo coercivo, dificultando nossas providências socorristas.
O
próprio guia pode prescrever medicação inadequada devido à interferência de
fatores estranhos ao seu mister, tais como emissões de ondas mentais, projeção
de forças telúricas, oscilações na freqüência magnética vibratória durante a
interligação com os médiuns ou no exame dos enfermos no espelho fluídico. Isso
pode levá-lo a confundir imagens e transmissões informativas dos auxiliares a
distância, tomando um enfermo por outro, ou um falecido por um vivo. Porém,
tais anomalias são mais prováveis nos trabalhos terapêuticas de fraca
assistência espiritual, muito atropelados e cujos responsáveis, por vezes,
desconhecem as menores sutilezas do fenômeno oculto, a ponto de misturarem
sessões de receituário - consultas - com as de trabalhos de desobsessão.
PERGUNTA:
- Mas depois de uma prescrição - consulta - para alguém..., o guia, tendo-se
certificado do equívoco, não poderia intuir o médium a eliminar a receita
fraudulenta já prescrita?
RAMATÍS: - A rapidez desse fenômeno tão
sutil e imponderável da intuição não permite ao médium avaliar, a tempo, se a
consulta à sua frente é capciosa, se o medicamento é certo ou errado, se
intuído pelo seu guia ou pensado por si mesmo. Quando ele termina a sua tarefa
mediúnica "desliga-se" do contacto mental ou perispiritual com o seu
guia e retoma imediatamente ao estado de vigília. Depois disso é difícil
retificar os equívocos que porventura tenha cometido no receituário, uma vez
que já se "isolou" da intuição do seu mentor. O médium intuitivo não
ouve fisicamente a voz do seu guia; ele escreve à guisa de
"pressentimentos" que se sucedem remetidos no seu cérebro.
Ele não pode corrigir,
posteriormente, no estado de vigília, aquilo que só efetuou sob condições
mediúnicas passivas e sem fiscalizar o fenômeno que o influenciou num momento
de transe... findo o trabalho...o médium intuitivo considera cumprida a
sua obrigação, que realiza de boa-vontade e boa-intenção, e impermeabiliza-se a
qualquer nova intuição ou pressentimento corretivo, passando a absorver-se nos
fenômenos da vida material. Só os médiuns conscientes e de elevado tirocínio ou
treinamento mediúnico conseguem distinguir, durante o seu transe intuitivo,
quando é o seu mentor que lhe governa a mente ou quando é interferência de si
próprio.
- do livro Mediunidade de Cura / grifos em vermelho são nossos.