Assim é que, diante das estátuas, das imagens mudas ou nos lugares santos e miraculosos, os aleijados abandonam as muletas, os cegos vêem, os surdos tornam a ouvir e desaparecem as doenças mentais atrozes, embora os enfermos não tomem qualquer contacto direto com criaturas vivas. Eles alimentam em si mesmo o clima energético espiritual que os torna hipersensíveis e dinâmicos; ou então absorvem os fluidos curadores dos espíritos terapeutas que ali atuam em favor da saúde humana.
Aliás, a verdadeira fonte oculta e
sublime das energias curativas encontra-se na própria intimidade espiritual da
criatura, restando-lhe apenas saber mobilizar essas forças através da vontade e
da confiança incomuns para então ocorrer o sucesso terapêutico, que
posteriormente é levado à conta de admirável milagre contrariando as próprias
leis do mundo.
Em conseqüência, desde que existem
estampas, fontes de água, túmulos, imagens ou relíquias sagradas que podem
servir de estímulo à fé humana e produzir as curas incomuns, por que, então, o
curandeiro sujo e ignorante também não pode servir de alvo para essa mesma fé
despertar as energias curativas do espírito imortal? Porventura o corpo físico,
como um dos mais impressionantes reservatórios de forças criadoras, já não é um
autêntico milagre da vida?
A sua capacidade de gerar-se e
desenvolver-se no ventre materno, em seguida vir à luz do mundo, crescer e
consolidar-se como abençoado instrumento de trabalho e aperfeiçoamento do
espírito é a prova mais evidente desse milagre estupendo da Natureza! Quer
provendo-se de alimentos ou sob a ação dos medicamentos da medicina do mundo, o
organismo físico é quem realmente substitui, por outras revitalizadas, as
células exauridas, modifica os tecidos decrépitos, consolida fraturas ósseas,
cicatriza lesões e recompõe cabelos e unhas, enquanto fabrica toda espécie de
sucos, hormônios e líquidos necessários às diversas funções do metabolismo
vital.
Em sua capacidade e
inteligência instintiva e oculta, o corpo mantém a pressão, a circulação, a
temperatura ou o tônus cardíaco que se fazem necessários para mater em
equilíbrio o ser, no meio em que se manifesta. Apenas o homem fere uma falange
do seu dedo mínimo, já a sua prodigiosa maquinaria de ossos, nervos e músculos
mobiliza "cimento, cola", minerais e antissépticos carreando-os para
o local acidentado, a fim de evitar a hemorragia fatal ou debelar a infecção
perigosa.
Nos primeiros meses de vida, a
criança é alimentada preferencialmente com leite materno ou leite artificial em
pó; mas, para espanto dos observadores, em troca desse líquido de cor branca e
inodoro, miraculosamente, ela produz cabelos louros, ruivos ou pretos; o sangue
vermelho, a bílis esverdeada, os olhos azuis, marrons, verdes ou negros; as
unhas rosadas, a pele amorenada, preta ou branca; a carne, os ossos, os nervos,
os dentes! Sem dúvida não é a substância alimentícia do leite, propriamente
dita, o que permite tal milagre, mas é a energia atômica, a força nuclear as
moléculas e dos átomos que a compõem, os recursos de que o organismo da criança
lança mão e com eles constrói o seu edifício celular e vivo.
Na intimidade do homem, portanto, a
sabedoria divina opera mobilizando todas as forças ocultas da vida superior e
materializando à luz do mundo planetário o espírito lançado na corrente
evolutiva da angelitude!
Ramatís - do livro MEDIUNDADE DE CURA
Ramatís - do livro MEDIUNDADE DE CURA