E
o carnaval passou, como passa tudo na vida encarnada, neste Plano Físico ainda
tão primário dentro do Cosmos evolutivo da matéria. Eu refletia como o carnaval
sinaliza para nós a realidade essencial da vida encarnada.
Ela passa,
com seus festejos, luzes, euforias, encantos e promessas... Como o carnaval,
ela um dia termina. Não termina, contudo, com a responsabilidade de nossos atos
durante esse período de ilusão.
Quando
termina o carnaval, quantas famílias enlutadas, entristecidas. Quantas vidas
arrebentadas. Quanta gravidez não desejada. Quantas amizades desfeitas, amores
perdidos... Quanto arrependimento...!
E
nós, como estamos ao fim de mais um carnaval? Como usamos esse tempo
carnavalesco? Para nos enriquecermos mental, emocional e espiritualmente, ou
ficamos estagnados naquela mentalidade do “aproveitei para descansar...”,
enquanto o tempo corre célere para o fim de mais um carnaval, de mais uma
encarnação perdida e, pior, com consequências desastrosas, reclamando a nossa
responsabilidade diante da estrada da vida espiritual a nossa frente.
Ao
término do carnaval da vida encarnada somos chamados à reflexão, e somos
cobrados pelos “talentos” que nos foram dados com a única finalidade
de sabermos separar o verdadeiro do falso, o concreto do ilusório.
Quando
os nossos Guias, na Umbanda, nos chamam a atenção, por diversas vezes, e
quantas delas não compreendidas por nós, para a disciplina, seja no terreiro,
como na vida; para a seriedade e concentração, que deve partir do terreiro no
contato com o Plano Espiritual e as Vibrações Sagradas, e se refletir no nosso
comportamento diante das várias seções de atividades que nos são propostas
nesta encarnação, seja familiar, profissional ou social, eles sabem o que estão
fazendo e para onde querem nos conduzir.
Somos
aquele eterno folião irresponsável diante do carnaval da vida física densa, ou
já conseguimos o patamar da maturidade suficiente para não nos deixarmos iludir
pelos prazeres e promessas mentirosas, que os hinduístas chamam de “maia”,
buscando nesse carnaval encarnatório, que é o mundo com tudo que nos oferece ou
impõe, a estrada luminosa, pacífica, pura e serena, não sem sacrifícios ou
renúncias, mas com total confiança interior de que tudo passa?
Dizia
um grande Mestre espiritual: “Está tudo ruim para você? Você não está sendo
compreendido, está abandonado, está com dívidas, está triste? Tudo passa...!
Você está alegre, pois conseguiu o que queria? Os amigos lhe procuram, estás
bem no emprego, tens a saúde para dar e vender? Tudo passa...!”.
Sim
amigos, ser feliz é acreditar nisso, é ter fé. Fé é atirar-se nos braços de
Deus e olhar a luz que Ele sempre coloca para nos iluminar a caminhada. “Ter fé
é acreditar no Oceano, apenas por ter visto os rios”. Somos responsáveis
pela nossa felicidade ou tristeza. Nosso destino nos pertence.
O
carnaval passou, mas a nossa encarnação atual continua. Utilizemo-nos dela para
a vivência da Paz e da Alegria que só conseguiremos libertando-nos do
“maia” carnavalesco, e caminhando pela estrada da Vida sob os passos de Jesus
que, em nome do Pai, vem, amorosamente, ser para nós “Caminho, Verdade e Vida”
PAZ
e ALEGRIA!
Pai
Valdo (Sacerdote Dirigente do T. E. do Cruzeiro da Luz)