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quarta-feira, 11 de maio de 2011

Hereditariedade psíquica das enfermidades


Do livro "FISIOLOGIA DA ALMA" - Editora do Conhecimento

PERGUNTA: — Como poderíamos compreender melhor essa hereditariedade psíquica, que transmite a influência enfermiça
de uma existência para outra?

RAMATIS: — A transmissão psíquica é possível através do que chamaremos o “átomo-semente”, o elemento imortal que pree­xiste e sobrevive a todas as mortes corporais, muito conhecido dos ocultistas e teosofistas. E o precioso e indestrutível resumo da memória etérica-sideral do espírito; ele guarda em sua intimidade a síntese micropsíquica da vida mental e astral da alma, registra­da desde os primeiros bruxuleios de sua consciência individual.

Durante cada nova encarnação, o átomo-semente ativa as energias intermediárias entre o espírito e o novo corpo físico, res­ponsabilizando-se pela manifestação legível de sua consciência na esfera material e simultaneamente no mundo espiritual. Encarre­ga-se de plasmar na nova encarnação o verdadeiro temperamento psíquico imortal da alma, ajustando-lhe as virtudes, pecados e também a bagagem tóxica, pois conserva em estado latente todos os impulsos e tendências pregressas. Após a morte do corpo físi­co, desata-se na plenitude do Além, consolidando a configuração imortal do perispírito. E a segurança da estrutura consciente da individualidade espiritual operando no mundo de formas e no seio da Consciência do Criador; é o registro definitivo dos fatos vividos pela alma nas caminhadas do mundo carnal.

PERGUNTA: — E o sofrimento só beneficia porque expurga os venenos psíquicos do espírito, ou também modifica a constituição do espírito?

RAMATIS: — E a Lei Cármica que se encarrega de retificar no devido tempo os desvios perigosos cometidos pelo espírito, quando de suas excursões pelo mundo material, procedendo à limpeza do perispírito contaminado pela aderência dos venenos, que são frutos dos descalabros e imprudências do pretérito. O corpo carnal, então, como se fora um alambique encarregado de drenar esses resíduos perniciosos da vestimenta perispiritual para o seio da terra, provoca na alma, em sua operação de expurgo, a sensação de dor e de sofrimento. Trata-se de toxinas que lesam e massacram a carne durante a sua expurgação para o mundo exterior, motivo por que a velha tradição espiritual considera a Terra como um “vale de lágrimas”, onde as almas lavam e purificam os seus trajes perispirituais, para depois participarem das núpcias do Céu!

A túnica nupcial, que a alma deve envergar para tomar parte no banquete do Rei, citado na parábola contada por Jesus (Mateus 22-1 a 14; Lucas 14: 16 a 24), em verdade significa o resultado da lavagem dolorosa do perispírito no tanque das lágri­mas purificadoras do mundo carnal, de onde ele sai com as suas vestes limpas. A dor aquebranta a rudeza e humilha o orgulho da personalidade humana; obriga o espírito a centralizar-se em si mesmo e a procurar compreender o sofrimento. Na introspecção dolorosa pela ansiedade de solver o seu problema aflitivo, ele tem de reconhecer a precariedade, a presunção e a vaidade de sua figu­ra transitória no mundo das formas.

Assim como o calor vaporiza as gorduras ou o fogo apura a fusão do ferro para a têmpera do aço, a dor é como a energia que aquece a intimidade do espírito e o ajuda a volatizar as ade­rências ruinosas do seu perispírito. E concentração de forças que desintegram as toxinas psíquicas no seio da alma, e que sob a ação natural do magnetismo do mundo físico transferem-se para a carne, até que a morte do corpo, depois, as deposite na terra do cemitério, através do cadáver em decomposição. E por isso que, em geral, os espíritos desencarnados louvam os seus padecimentos na carne, pois os consideram tão-somente como processo que os ajudou a alijar de si os resíduos deletérios.

PERGUNTA: — Poderíeis descrever-nos como se processa essa descida dos venenos psíquicos do perispírito para o corpo carnal?

RAMATIS: — Quando o espírito encarna, necessita primei­ramente diminuir ou “encolher” o seu perispírito, até alcançar a forma etérica fetal e em seguida adaptar-se ou “encaixar-se” satis­fatoriamente à contraparte etérica do útero feminino. Após o êxito genésico da gravidez ele se desata pouco a pouco, à medida que também se desenvolve o feto carnal sob a direção dos ascendentes biológicos do tipo hereditário em gestação. E os tóxicos psíquicos desde muito cedo vertem do perispírito para o novo corpo carnal em formação, causando-lhe moléstias ou lesões tão graves quanto o sejam a sua intensidade e virulência. É por isso que, mesmo na fase da infância, o espírito efetua proveitoso exercício quando, pela eclosão das doenças comuns da idade, ele se habilita para resistir melhor às dores futuras mais acerbas, que depois hão de advir devido ao expurgo mais intenso da carga deletéria.

Mais tarde, então, o morbo invisível incrustado no perispírito transfere-se com mais intensidade para a carne; desagrega-se e flui primeiramente pelo duplo-eténico em formação junto ao corpo físico e, de início, afeta o trabalho delicado dos “chacras”, pertur­bando-lhes as funções e as relações vitais. Depois, o fluido tóxico perispiritual tange o conjunto nervoso, infiltra-se pelas glândulas endocrínicas, afeta o sistema subterrâneo linfático, insinua-se pela circulação sangüínea e produz a proliferação microbiana ou as lesões orgânicas.
Ramificando-se por todos os órgãos e sistemas do corpo car­nal, as toxinas que são vertidas pelo psiquismo mórbido ferem as zonas mais delicadas e vulneráveis, prejudicando-as conforme a própria deficiência hereditária do tipo biológico a que ataca. Acumulam-se nos órgãos mais débeis e produzem afeções isola­das mais amplas, que mais tarde podem imobilizar o organismo físico. Enquanto isso, a Medicina alinha as suas denominações tra­dicionais classificando as doenças, mas quase sempre sem lograr identificar o doente! E a hepatite, a úlcera gástrica ou péptica, a colite, a nefrite, a cirrose, a amebíase, a asma, o reumatismo, a tuberculose, o diabetes ou a esplenite; são as atrofias, as insuficiên­cias cardíacas, as lesões insuperáveis, a anemia perniciosa ou os quadros modernos de alergia inespecífica.

Em alguns casos, as toxinas, ao descerem do psiquismo enfer­mo para o metabolismo físico, acomodam-se na região cerebral e produzem as alienações mentais, os delírios, ou a hidrocefalia; ou então acumulam-se nos plexos nervosos, causando as paralisias, as atrofias nervosas ou as síndromes parkinsonianas; doutra feita, disturbam o funcionamento glandular produzindo insuficiências ou hiperproduções graves de secreções hormonais, influindo no crescimento, na reprodução e no metabolismo vital da mulher ou do homem. Quando se concentram mais fortemente nos pulmões, para ali convergem os bacilos de Koch, produzindo a tuberculose pulmonar; caso se localizem na região intestinal, tanto podem pro­vocar as colites, como estabelecer o terreno para nutrir a giárdia, o estrongilóide ou as amebas coli e histolítica.

Justamente porque existe íntima relação psíquica entre a enfermidade e a natureza física da criatura, é que se observa em certos tipos enfermos um círculo vicioso, que os mantém sob con­tínua perturbação mórbida. Quando ficam irritados ou aflitos, vêem aumentadas as crises amebisíacas; cresce o açúcar na urina, aceleram-se as funções desarmônicas da tiróide, agravam-se as dispnéias nervosas ou proliferam os eczemas. Inúmeras criaturas vivem algemadas aos mais terríveis padecimentos gerados na sua região abdominal, tentando frenar o vagossimpático à custa de drogas antiespasmódicas, reduzir suas crises de colite ou disente­rias amebianas à custa de medicamentos tóxicos, esquecendo-se, no entanto, de que, antes da prescrição médica, é imprescindível controlar a mente e a emoção, pois dessa desarmonia é que resul­ta o bombardeio incessante ao morbo psíquico, já acumulado ria região do abdômen e superexcitado por novos fluxos doentios. Algumas criaturas confessam a seus médicos que, diante do menor receio de êxito em seus negócios ou mesmo devido a qual­quer surpresa emotiva, recrudescem-lhes os fluxos disentéricos, exacerbam-se as coletividades parasitárias do intestino, ou aumen­ta-se-lhes o açúcar na urina.

Os individuos atacados pelo estrongilóide, oxiúros, giárdias, amebas histolíticas e outras espécies de vermes microscópicos, são inquietos, pessimistas, remoendo idéias e vivendo antecipadamente os problemas do dia seguinte, devido à profunda influência que esses germes parasitários exercem no seu psiquismo adoentado, pois que se excitam, provocando surtos de virulência no organismo.

PERGUNTA: — Cremos que a enfermídade também pode depender muito da resistência biológica de cada criatura, mal­grado a virulência dos venenos psíquicos que lhe baixam do peris­pírito; não é assim?

RAMATIS: — Sem dúvida, tanto varia a resistência biológica e hereditária de cada ser, como também varia a sua força mental. Já vos explicamos que as criaturas mental ou espiritualmente vigorosas superam com mais eficiência os efeitos mórbidos das enfermidades em desenvolvimento em seu organismo; elas são mais resistentes à descida das toxinas psíquicas em sua circula­ção. Durante o processo drenador, mantêm-se em nível vibratório mais elevado, resignadas e sem se deixar abater subjetivamente, do que lhes resultam imensos benefícios. No entanto, as criaturas espiritualmente mais débeis, que dum ligeiro resfriado fazem um melodrama com foro de broncopneumonia, cuja mente pessimista é campo favorável para as forças negativas, agravam o evento da moléstia cármica com o acréscimo mórbido do seu próprio desâ­nimo e rebeldia.

A mente mórbida aumenta o ensejo para maior penetração do tóxico vertido pelo psiquismo, pois também acumula os pró­prios miasmas do ambiente onde vive, uma vez que, de conformi­dade com a Lei das atrações magnéticas, o pensamento enfermiço também atrai e condensa maior dose de fluidos enfermos. Daí a grande sabedoria de Jesus, quando sempre exaltava a resignação, a humildade, o pacifismo e a renúncia como estados de espírito que conduzem à bem-aventurança eterna!
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