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quarta-feira, 27 de julho de 2011

A comercialização da fé


Quais são os limites éticos e morais para a exploração da mediunidade?

Foi programada para o mês de julho a estréia do remake da novela “O Astro”, na TV Globo, como parte das comemorações dos 60 anos da telenovela no Brasil. Nela, o protagonista, Herculano Quintanilha (vivido agora pelo ator Rodrigo Lombardi) utiliza seus poderes “paranormais” como forma de garantir seu sustento após oito anos na prisão. Entre seus dons, o personagem consegue mover objetos, advinhar pensamentos e até levitar.
Na mesma época da primeira versão de “O Astro”, estava no ar a novela “O profeta”, na extinta TV Tupi, que explorava ainda mais a questão da mediunidade do personagem principal, que também se valiada sua condição.
Deixando de lado a ficção, as histórias trazem à tona uma eterna discussão acerca dos dons extrafísicos:seria ético e moral utilizar a mediunidade como fonte de lucro? A mediunidade seria apenas uma habilidade, assim como qualquer aptidão para exercer uma profissão ou hobby, e poderia ser explorada para fins materiais?
Em muitos países, em especial de culturas mais católicas ou protestantes, como Estados Unidos e parte da Europa, uma parcela dos médiuns se coloca e é vista como “oráculos” que, se consultados, teriam o direito de cobrar pelo serviço, sem qualquer constrangimento ou questionamento moral. Um caso como esse pode ser visto no filme “O dom da premonição”, com a atriz Cate Blanchet, e até mesmo em uma obra ainda mais famosa, “Ghost”, na qual a personagem de Whoppie Goldberg vive uma charlatã que descobre a sua mediunidade por acaso.
No livro “Mercador da Fé”, do autor Ricardo Luís Alves da Cunha, inspirado pelo espírito Caboclo Sete Espadas, essa questão é intensamente debatida. O protagonista Reri, descendente de índios,
percebe que têm o dom de curar males e aliviar maus momentos daqueles que os procuravam através de sua mediunidade.
Até que o personagem percebe que pode levar vantagem pelo seu dom e começa a cobrar pelos trabalhos, perdendo o controle sobre a sua ganância.
É necessário lembrar que, independentemente da crença, todos os seres humanos estão sujeitos à Lei de Causa e Efeito. Porém, aqueles que têm a sua mediunidade aflorada, por trazerem consigo um compromisso precioso com a Espiritualidade desde antes de encarnarem, carregam uma responsabilidade ainda maior. Devido a outra lei, a da Afinidade, aqueles que “venderem” a sua fé irão atrair apenas os espíritos e as energias mais baixas, afinizando-se com eles e tornando-se devedores. Por isso, é necessário estar sempre vigilante quanto à missão mediúnica.

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