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quinta-feira, 7 de julho de 2011

Intervenção dos guias junto aos médiuns



PERGUNTA: — No caso de os encarnados se afastarem de seus deveres e da disciplina espiritual na Terra, os guias podem intervir do Espaço, e sustar os desmandos dos seus pupilos?

RAMATIS: — O trabalho principal do “guia”, em relação ao seu protegido encarnado, é o de livrá-lo, tanto quanto possível, das imprudências, das ilusões, dos atrativos do vício e das paixões perigosas do mundo material. Do “lado de cá”, a nossa maior preocupação é a de impedir que o amigo ou o discípulo encarnado termine escravizado às paixões animais que o cercearão em sua ascensão espiritual. Quanto ao êxito desejado, nem sempre pode­mos consegui-lo a contento pois, em geral, a criatura encarnada foge à receptividade vibratória ao seu mentor e torna-se imune às suas inspirações superiores. Em geral, escuta apenas a voz da “sereia das sombras”, que termina conduzindo-a aos maiores ridí­culos e disparates! Quando tal acontece, o seu guia ou protetor lança mão de recursos extraordinários e intervém tanto quanto possível a favor do seu pupilo, a fim de frenar-lhe os desatinos e evitar em tempo os desvios perigosos que o conduzam à escravi­dão às entidades malfeitores.

PERGUNTA: — Quais são os métodos empregados pelos guias nessa intervenção espiritual para o bem dos seus pupilos encar­nados?

RAMATÍS: — Quando falham todos os recursos no campo mental da inspiração superior, e o pupilo periclita na sua integri­dade espiritual, em geral os seus guias se socorrem do recurso eficiente da enfermidade ou mesmo de vicissitudes morais ou econômicas, através das quais possam neutralizar em tempo as causas principais dos desatinos e imprudências. Quase todos os seres humanos são portadores de verdadeiras válvulas de seguran­ça psíquica, embora se trate de deficiências cármicas provenientes das mazelas passadas, e servindo-se das quais os guias intervêm para cercear os desvios perigosos.

Bem sabeis que o corpo carnal é o reflexo exato do tempera­mento psíquico de cada alma, pois entre dois irmãos gêmeos, e per­feitamente parecidos, mesmo que sejam xifópagos, podeis notar considerável diferença na sua contextura moral e intelectual, comprovando-se que, embora sob o mesmo padrão consangüíneo, sob iguais ascendentes biológicos ou tendências hereditárias, essas duas almas diferem profundamente quanto à sua ascendência psí­quica. Assim sendo, o organismo físico de cada criatura conserva também em sua intimidade etéreo-astral uma zona vulnerável do seu próprio psiquismo ancestral, que pode servir de recurso excep­cional para à última hora o guia intervir e aplicar a disciplina com­pulsoriamente, quando o seu protegido lhe faz ouvidos moucos.

PERGUNTA:                                      — Podeis oferecer-nos qualquer exemplo mais concreto do assunto?

RAMATIS: — Há casos em que determinado protegido, até então regrado e amigo do lar, deixa-se fascinar por qualquer pai­xão mundana perigosa, que pouco a pouco o vai absorvendo e ameaçando de causar perturbação grave no seio amigo da família. Por vezes ele se torna refratário a qualquer intuição espiritual superior ou nega-se a cumprir as promessas feitas durante o sono, quando deixa o corpo físico no leito, preferindo obsidiar-se comple­tamente pela mulher extravagante, parasita ou fescenina, ou então pelo álcool ou pelo jogo insidioso.

Quando menos espera, é lançado ao leito de dor ou, então, vê cessadas as facilidades ou recursos materiais que o sustentavam na imprudência condenável, ficando impedido de prosseguir no seu comportamento irregular. Um outro, por exemplo, pode ser o de um indivíduo saudável, forte, demasiadamente viril e dotado de um corpo avantajado, mas cujo espírito irascível e prepotente nega-se a abrandar o seu temperamento ou foge à intuição benfajeza do seu amigo desencarnado. Avantajado de corpo e de forças, sempre reage com violência e atrevimento diante de qualquer conselho ou protesto alheio! Sumamente agressivo, usa suas mãos como vigorosas luvas de boxe, que esbofeteiam com facilidade e se movem ameaçadoras, sem quaisquer propósitos de tolerância e escusas. No lar, a sua irascibilidade semeia confrangimentos contínuos, pois é atrabiliário com a esposa, filhos e vizinhos; vive certo de não precisar de ninguém e sente-se bastante auto-suficiente para desprezar os favores do próxi­mo! Então, o seu guia espiritual só tem um recurso para domar o pseudo - “gigante” demasiadamente eufórico de sua estatura e do seu maciço de carne: é jogá-lo num leito de sofrimento cruciante e arra­sá-lo até que reconheça a sua própria debilidade humana no seio da humanidade. Desse modo, cerceia-lhe a autoviolência e o coloca a caminho da ternura e da humildade, sob o guante do sofrimento, demonstrando-lhe que não passa de um troglodita vestido à moder­na, qual extravagante gladiador que abusa de sua robusta armadura de carne, nervos e ossos! Lança-o por terra abatido por violenta e insidiosa enfermidade, fazendo-o entrever o limiar dos bastidores do “outro mundo”, o que lhe desanda tremendo susto e desperta o dese­jo de continuidade de vida para cuidar do socorro alheio!

Em geral, aqueles que aparentam maior indiferença pela morte, porque são robustos e sadios, quase sempre são os que mais se acovardam ante a perspectiva de perder o corpo que lhes dá os prazeres fugazes da vida animal e facilita-lhes todos os caprichos e vaidades da carne. Como não confiam na perspectiva agradável da “outra vida”, além do prosaísmo da existência física, agarram-se desesperadamente à armadura carnal, como o náufra­go à tábua de salvação.

Do livro FISIOLOGIA DA ALMA

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