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quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

Na casa do leproso



“Ora estando Jesus em Betânia, em casa de Simão, o leproso.” Mt XXVI-6
      
      Por meio de sua apurada clarividência, pelo seu chacra frontal completamente aberto, Jesus,  um iogue avançado e avatar do amor,  já sabia que se aproximava o momento supremo de seu derradeiro testemunho na cruz. Faltavam poucos dias para a páscoa, em que Ele seria preso e  entregue para o holocausto do seu corpo físico. 
          Os sacerdotes de Jerusalém se reuniram com o príncipe deles, Caifaz, e confabularam arquitetando como fariam Jesus morrer. Aquele que só pregou a fraternidade e amor exemplificaria o perdão aos inimigos, como orar pelos caluniadores, e seguiria a sua missão obediente aos desígnios do Altíssimo.
       Não houve fatalidade, pois se Jesus quisesse poderia ter evitado o calvário. Ele tinha livre-arbítrio e era espírito livre, sem nenhum débito de vidas passadas que se rebaixara sacrificialmente para reencarnar na Terra por amor a humanidade. Entretanto, seguiu o Plano Divino traçado a fim de beneficiar pelo Seu exemplo todo o planeta.
         No mesmo momento que os sacerdotes judaicos reunidos em alto clero confabulavam costurando o plano da morte do Messias, Ele calmamente hospedava-se na casa de um leproso, em Betânia, de nome Simão. Mais um escândalo para os ortodoxos israelitas. Pela lei de Móises, os leprosos eram impuros e proibidos de entrar nas sinagogas. Jesus pairava acima das convenções religiosas, sociais e morais da época, e nos dá mais uma profunda lição, digna de ser posta em prática por àqueles que verdadeiramente almejam se evangelizarem. 

         Ninguém melhor que Jesus conhecia as leis de causa e efeito. Porém ele não julgava nenhum leproso, manco, cego, prostituta, publicano ou samaritano. Hoje, graças ao espiritismo, sabemos que os sofrimentos são justos. Se o espiritismo mostra a causa, somente o evangelho interiorizado nos diz que é nosso dever ajudar os sofredoresTristemente, hoje verificamos muitos racionalizarem o sofrimento alheio e não conseguirem ajudar ninguém, muito menos espíritos sofredores, pois isto requer incorporação mediúnica em trabalhos de desobsessão, algo "ultrapassado" e descartado nestes tempos de Terra "regenerada". 
      De uma maneira geral os espiritualistas da Nova Era são ávidos por novidades, tudo que for cósmico e quântico, técnico, galáctico e ascensionado os atrai. A rotina "tediosa" dos passes e das tarefas que exigem passividade mediúnica vai sendo deixada de lado, pois são "coisas" ultrapassadas, "assistencialismo" dispensável que ficou para trás junto ao "superado" mundo de provas e expiações. Outros há que até reconstruções extrafísicas, em desdobramento apométrico, acham que estão fazendo, e a dor humana em nosso plano físico é desconhecida, bem como as mazelas atuais do planeta cada vez mais poluído.
      Em nossa sociedade imediatista e materialista, de quais leprosos queremos nos afastar e de quem nos aproximamos? Procuramos sempre estabelecermos relacionamentos e amizades com pessoas de sucesso, influentes, poderosas, saudáveis e bonitas. Em nossos momentos de lazer, nos reunimos em ambientes assépticos, com temperatura amena pelo manejo dos condicionadores de ar, e olhamos de nossos carros possantes e das vidraças do shopping center o paralítico pedindo esmola, o mendigo esfomeado, a criança ranheta, e para todos fazemos cara de enfastiados e superiores, passando os dedos no nariz como se o odor alheio fosse inferior às emanações etéreas de nossos perispíritos chagados. Julgamos explicando porque os outros sofrem, nada mais justo se foi ladrão, assassino, esquartejador,..., e vamos cada vez mais nos afastando da simplicidade humilde e amorosa exemplificada por Jesus.

     “Ora estando Jesus em Betânia, em casa de Simão, o leproso.”

     Fica o convite a reflexão,

     Quais os leprosos que evitamos???

     Paz, saúde força e união.

     Norberto Peixoto.
     Eterno Aprendiz do Evangelho.



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