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quarta-feira, 24 de outubro de 2012

Afinal, quem são os pretos velhos?!


      "São espíritos que venceram a horizontalidade dos fáceis apelos do mundo profano materialista, adotando a verticalidade que o esforço próprio impõe, para alcançar o cume da montanha celestial que a suprema sabedoria à luz do cosmo, propugnada no Evangelho de Jesus, vos reserva."

      Qual a forma espiritual que mais se apresenta no Brasil de intenso mediunismo? 
       Se existe uma forma espiritual que comparece praticamente em todas as  frentes de manifestações mediúnicas de vossa pátria, sem dúvida é a figura do preto velho.
       Aqui ele conforta o aflito com seu rosário na mão, lá com suas benzeduras renova as forças dos desenganados pela medicina, ali acalma o marido traído querendo se vingar da esposa, lembrando-o de Jesus e de seu exemplo diante da mulher adúltera, acolá “expulsa” um obsessor com suas cachimbadas e em prece reforça a necessidade de perdão para a verdadeira libertação. Seja no centro espírita, no terreiro de umbanda, no grupo de apometria ou no barracão das “nações” (1), sempre tem um preto velho trazendo seus ensinamentos e sabedoria milenar. Para ele, não importa a denominação da agremiação terrena e sim a oportunidade de levar a mensagem evangelizadora de Jesus.

(1) “Nação” – leia-se nação africana – é uma denominação usual de terreiros de candomblé e assemelhados, no Sul do Brasil, notadamente no RS.

      Mas afinal, quem são os pretos velhos?
      Em nossas singelas opiniões, os pretos velhos são arautos do Cristo-Jesus, bandeirantes da Boa Nova, exímios pedagogos do Evangelho e preparados psicólogos das almas, atuando em todas as latitudes do mediunismo na Terra a favor da redenção e despertamento crístico da coletividade e dos espíritos humanizados retidos no ciclo retificativo das reencarnações sucessivas, do qual eles,  em sua grande maioria, já se libertaram.


      Qual o motivo que o Alto se utiliza da figura mítica de ex-escravo?
      A figura de ex-escravo, de velho “feiticeiro” negro, está por demais impregnada no inconsciente coletivo brasileiro. O Alto utiliza-se disso e desses espíritos conhecedores de rezas e de encantamentos poderosos, capazes de realizar “milagres”, como um arquétipo perfeito, um ponto focal de atração para milhares de espíritos encarnados e desencarnados, levando junto com essa pedagogia os conteúdos do tratado cósmico de libertação que é o Evangelho. Assim como a videira conduz a seiva aos ramos, os pretos velhos catalisam os ensinamentos do Evangelho e os que procuram os seus “serviços” são amorosamente transportados para a Boa Nova e guiados a realizarem em si a “milagrosa” transformação interna, libertadora, contida nos ensinamentos do Novo Testamento deixado por Jesus.

       Qual a finalidade principal destes espíritos assumirem a forma perispiritual de um pai velho negro?
       Esses espíritos, preparados, amadurecidos no tempo e no espaço ao longo de centenas de milhares de encarnações, assumem a forma perispiritual de um pai velho negro, com o intuito de orientar e ensinar os reais valores da verdadeira vida. Sabedoria, simplicidade, humildade, caridade, evolução, seriedade, paciência, calma e ponderação são qualidades, atributos psicológicos que vos remetem ao ancião, sábio e profundo conhecedor dos mistérios do espírito.

       Mas, verdadeiramente, quem são este espíritos?
       Verdadeiramente, são vossos irmãos mais velhos na senda evolutiva, que com suas experiências reencarnatórias vivenciaram todas as diversidades e adversidades possíveis no plano da materialidade. Venceram a horizontalidade dos fáceis apelos do mundo profano materialista, adotando a verticalidade que o esforço próprio impõe, para alcançar o cume da montanha celestial que a suprema sabedoria à luz do cosmo, propugnada no Evangelho de Jesus, vos reserva.

             TEXTO: Fragmentos do preâmbulo de Pai Tomé e Ramatís.
             Do livro AOS PÉS DO PRETO VELHO.
Editora do Conhecimento. 
                                       
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