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segunda-feira, 13 de janeiro de 2014

COMUNIDADE x RELIGIÃO x RELIGIOSIDADE x RELIGIOSISMO. Tentativas de banalização do tempo e dos processos de iniciação espiritual templária.

Do ponto de vista da ecologia, uma comunidade é a totalidade dos organismos vivos que fazem parte do mesmo ecossistema e interagem entre si, correspondendo, não apenas à reunião de indivíduos e a sua organização social, e sim ao nível mais elevado de complexidade como se fosse um organismo vivo autônomo. Então, uma comunidade possui um fluxo contínuo de energia, diversidade de espécies e processos de sucessão.
Sob a perspectiva de religião, uma comunidade é um conjunto de pessoas que se organizam sob um mesmo axé, sob o influxo de um conjunto de normas conhecido, convivendo num espaço comum sacralizado, compartilhando de um mesmo legado cultural e histórico. Uma comunidade religiosa de Umbanda, como o Grupo de Umbanda Triângulo da Fraternidade, objetiva despertar no íntimo de cada indivíduo, potencialmente no seu corpo interno de médiuns trabalhadores, e de forma mais eletiva em sua assistência, o sentimento de religiosidade, de religação com Deus, que se encontra no íntimo de cada consciência. Ao contrário do religiosismo que aprisiona o ser no culto ao EGO de líderes, a religião deve libertar despertando a religiosidade, que é estado latente e em contínua germinação inerente a cada espírito imortal.

Assim, uma comunidade religiosa de Umbanda, é o espaço onde se propicia as vivências com os Falangeiros e Orixás que só podem ocorrer em comunhão de pensamentos, numa união coletiva disciplinada e formadora da egrégora necessária para o intercâmbio mediúnico saudável, objetivando o bem comum da coletividade.
Infelizmente, hoje se nota a exacerbação do individualismo eivado de tentativas de se reduzir a significação dos grupos e templos religiosos em geral, notadamente os de Umbanda, banalizando-se os processos de iniciação espiritual e aviltando-se o tempo necessário, pois tudo é muito rápido: fundamentos são repassados a distância; fórmulas são ensinadas em fóruns de discussão; magias são receitadas como bolo caseiro e tradição virou sinônimo de “saber” aprendido na frente do monitor ao invés de absorvido e internalizado com a convivência na comunidade de axé, templo religioso, centro ou terreiro de Umbanda.
Resgatemos a mediunidade, o saber aprendido com os ancestrais, a pedagogia com os espíritos, que a tarefa caritativa aceita e praticada numa comunidade religiosa de Umbanda, uma casa de axé e fundamento, propicia aos seus membros.
Valorizemos o sentimento de pertença, o tempo, os mais velhos, o saber vivenciado, a instrução repassada, o estudo em conjunto.
Reflitamos a respeito.
Muita paz, saúde, força e união.
NORBERTO PEIXOTO.


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